Fonte: Band.com
O Jubileu é uma comemoração mais informal do que se conquistou em 60 anos de instituição monárquica e ao orgulho nacional.
A rainha Elizabeth II celebra oficialmente a partir deste sábado, com quatro dias de eventos grandiosos que reunirão milhares de pessoas, seu Jubileu de Diamante, o ápice de quatro meses de comemorações pelo aniversário de 60 anos de sua ascensão ao trono da Inglaterra.
"É uma celebração do que se conquistou nestes 60 anos e da instituição monárquica", explicou à AFP o especialista em realeza Robert Jobson. "Só que, de uma maneira mais informal, também é uma celebração de nossa identidade e de nosso orgulho nacional", acrescentou.
Londres se vestiu de gala para a ocasião com inúmeras bandeiras em homenagem a sua soberana, de 86 anos, mas as cores da Union Jack - o apelido da bandeira britânica -, branco, azul e vermelho, também tomaram conta de lojas, supermercados e até mesmo do metrô, que teve alguns vagões especialmente enfeitados para o Jubileu.
Há ainda um gigantesco retrato (sete mil metros quadrados) em preto e branco da família real na fachada de um edifício em construção às margens do Tâmisa.
Recorde próximo
Cabe lembrar que antes de Elizabeth II, que ainda desfruta de uma popularidade histórica, apenas sua bisavó Vitória havia conseguido reinar durante tanto tempo - 63 anos, sete meses e dois dias, entre junho de 1837 e janeiro de 1901 -, um recorde que a atual monarca poderá superar em setembro de 2015.
A rainha, que, apesar de sua idade, continua cavalgando quando pode, começará esta maratona de festas com corridas de cavalos, uma de suas grandes paixões. No sábado, vai assistir ao Derby de Epsom, a única das cinco corridas clássicas britânicas que seus puros-sangues nunca venceram. Essa glória, no entanto, não chegará desta vez, já que nenhum dos cavalos da monarca está na disputa, para que ela possa aproveitar plenamente o espetáculo.
O domingo, ameaçado pela chuva, será popular, com um "Grande Almoço" nas ruas e parques de todo o país e uma procissão de mil barcos pelo Tâmisa, que a rainha descerá com sua família em uma embarcação de luxo diante de um milhão de pessoas.
Republicanos
Em meio ao fervor monárquico, alguns republicanos, que, segundo as últimas pesquisas, representam somente 13% da população, tentarão fazer suas vozes serem ouvidas em frente à câmara municipal, situada na margem sul do rio, diante da Torre de Londres.
"Não tenho nada contra a rainha. Parece bastante agradável", explicou Peter Tatchell, um dos manifestantes. "O problema é a instituição monárquica. Está baseada no poder hereditário, na riqueza e no status, não no mérito ou na eleição democrática".
Comemorações
O Palácio de Buckingham, sua residência oficial em Londres, será na segunda-feira o epicentro das comemorações, com apresentações de estrelas da música lideradas por Paul McCartney, Elton John e Kylie Minogue.
A terça-feira, mais solene, começará com uma missa na Catedral de St. Paul e será concluída com um passeio de carruagem, antes da esperada aparição da soberana no balcão do Palácio para saudar seus súditos.
Apesar da austeridade em vigor e do temor dos analistas de que os festejos possam afetar negativamente uma economia que está oficialmente em recessão, quase seis milhões de britânicos irão organizar em suas casas algum evento durante o fim de semana do Jubileu, de acordo com um estudo publicado nesta semana.
Popularidade
O fato é que Elizabeth II, após superar o triste episódio da morte da princesa Diana, quando esteve a ponto de selar seu divórcio com os britânicos, conta agora com o apoio de 80% de seus súditos.
A rainha não atingia esse índice de popularidade desde sua coroação, em junho de 1953, 16 meses depois de uma viagem oficial ao Quênia na qual seu marido Phillip, com quem está casada há quase 65 anos, anunciou a morte de seu pai, George VI, significando, consequentemente, que ela havia herdado o trono.
Nestes 60 anos, a rainha, que tem oito netos e dois bisnetos, se tornou um símbolo de continuidade em um mundo instável para os britânicos e ganhou um papel de "avó do povo".
"De certa maneira, é uma mulher normal, comum", explicou à AFP a historiadora Kate Williams, autora de um livro sobre a monarca. "É como qualquer outra avó no Reino Unido, com seus sapatos, bolsa e (cães) Corgis correndo pela sua frente".
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